Samba na avenida? O que foi o Projeto X.
- Juliana dos Santos

- 5 de dez. de 2022
- 4 min de leitura
Muitos de vocês acompanharam pelas redes sociais esse final de semana a culminância do Projeto X e me perguntaram como foi que conseguimos fazer aquilo e de onde saiu a ideia. Eu vou contar.
Em maio deste ano, o IEL me chamou para um briefing de um treinamento completamente diferente do que os clientes teriam vivido e eu também tinha preparado. O cliente queria uma escola de samba em 24h para integrar uma equipe que cresceu muito e trabalhar competências comportamentais.
Eu aceitei imediatamente, pois, embora eu nunca tivesse criado uma escola de samba, sabia que minha experiência com bandas de música, teatro e curta metragem e avaliação por rubricas seria a base para esse desafio.
E, assim, partimos.
Quando eu fui atrás do primeiro parceiro, a bateria da Unidos da Piedade, ele me disse: “você tá louca? Preciso de seis meses para treinar uma pessoa para tocar em uma bateria”. Eu respondi: “não estou não. veja qual instrumento é mais fácil tocar e vamos fazer”. Quando os corajosos se juntam, só podem sair bons frutos.
Compomos um grupo de trabalho para toda a parte do samba: a bateria, o carnavalesco para desenhar a escola, o compositor do samba, os tutores que pudessem instruir os participantes sobre a função e atuação de cada ala da escola, os palestrantes que pudessem falar de samba e gestão. Enfim, estruturamos o momento prático.
De outro lado, reuni minha equipe querida que pudesse entender o desafio e modelar nossas análises de comportamento para observação de comportamento em avaliações condensadas em 24h. Foram reuniões, trocas, adequações de rubricas e estávamos prontas mais um passo na empresa e nas nossas carreiras.
A união com o IEL para atender ao cliente deles, que passou a ser nosso, foi favorecida com um time de trabalho que entendeu que o desafio também poderia mudar a perspectiva de soluções que apresentamos para o mercado.
De junho ao final de novembro, foram muitas reuniões para discussão de tudo: do filtro de linha para ligarmos pistolas de cola quente à evolução da escola, do ônibus para transportar participantes ao carro de som para intérpretes e ritmistas, vivemos cada detalhe. Vocês não imaginam a quantidade de detalhes, as visitas técnicas ao local, um rigoroso cronograma de horário, o critério de distribuição de cada pessoa em seus grupos de trabalho, o acompanhamento de cada ação de tantos fornecedores envolvidos nessa entrega. Enfim, você vai precisar viver com a gente para entender do que estamos falando.
Dia 01/12. Começou o Rocket Summit 2022, o evento anual do nosso cliente que reúne todo o time. Se eles sabiam que viveriam essa experiência? Não. Não sabia. Parecia uma convenção de venda tradicional. Apresentação de resultados do ano, projeções e metas para 2023, uma palestra de vendas que envolvia comunicação, trabalho em equipe, oportunidade, carreira. Temas conhecidos, mas trabalhados de forma leve, lúdica, envolvendo os participantes.
Dia 02/12. Iniciamos com uma palestra sobre escola de samba e gestão. Os participantes ficaram um pouco sem entender. Ao final, entra um pocket de bateria com passista e tudo. Ainda sem entender muito bem, lançamos o desafio: Vocês vão montar uma escola de samba em 24h. Isso mesmo. 10h do dia 02 o desafio foi lançado de 10h do dia 03 foi o ensaio técnico e tudo deveria estar pronto.
Quanto trabalho. Lembra que eu havia dito em maio que os instrumentos deveriam ser os mais fáceis? Pois é. Quando o time está engajado, ninguém segura. Os participantes que nada sabiam de instrumentos da bateria se entregaram de tal forma que compomos a bateria com diversidade de instrumentos de forma espetacular.
As fantasias? Foram todas preparadas para cada um com todo empenho, muita divisão de tarefas, muitas medidas, muita negociação.
Comissão de frente e ala coreografada ensaiaram arduamente em cada segundo disponível para entregar o melhor impacto para nossos jurados e convidados.
As baianas entenderam o peso da tradição e a valorização de cada mulher que cuida de uma comunidade.
O mestre-sala e porta-bandeira entenderem o peso da bandeira de uma marca. Ele, que no início disse que tinha dois pés esquerdos, deu um show. Ela que sabia o peso literal e metafórico da bandeira estava linda e sorridente.
Os estandartes levaram o nome da empresa com orgulho, felicidade e determinação.
Nosso destaque deu tudo de si. Estava lindo na avenida, conduzindo a bateria nota 10.
O quem fez as fantasias não desfilou? Claro que sim. Não deixamos ninguém de fora. Eles formaram as “alas da comunidade” como é feito nas escolas de samba.
Quando o desfile acabou, a certeza de todos é que cada minuto valeu a pena. Vencemos o desafio. Vencemos a chuva que só parou para o ensaio técnico e para a apresentação. Vencemos as nossas incertezas. Vencemos e fomos aplaudidos por convidados boquiabertos com nosso feito.
Agora, partimos para apresentação de resultados de observação, lições aprendidas e mapeamento de necessidade de treinamento futuro a partir da vivência.
Aposto que você ficou com vontade de viver algo parecido. Lance seu desafio que vivemos com seus times.







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