Desenvolvimento de competências em todos os níveis
- Juliana dos Santos

- 28 de mar. de 2022
- 2 min de leitura
Na última semana, estive no 27º Congresso Internacional Abed de Educação a Distância (CIAED) e ouvi em todas as mesas e debates o quanto é fundamental o desenvolvimento de competências para pessoas desde a educação básica até a educação corporativa.
Mas por que bater tanto nessa tecla?
Zabala e Arnau (2020, p. 8) já iniciam a obra Métodos para ensinar competências com a seguinte sentença:
O ensino de competências para a vida traz dois desafios. O primeiro vem da necessidade de os conteúdos de aprendizagem, seja qual for a sua tipologia (conhecimentos, habilidades, valores ou atitudes), serem aprendidos de forma funcional. O segundo é determinado pela introdução de novos conteúdos relacionados às esferas pessoal, interpessoal e social.
Durante décadas, a educação foi baseada em conteúdos disciplinares, acadêmicos, sem grande intencionalidade com o trabalho que abarcasse as outras esferas de formação do indivíduo.
A aprendizagem, hoje, vai além do uso de fórmulas matemáticas, da organização sintática, das técnicas de vendas ou de negociação. Ela engloba a formação ampla do aprendiz, que precisa ser avaliado por seu processo de erros, reflexões, ajustes, acertos, conquistas e, principalmente, como lida com isso. Assim, desenvolvem-se as habilidades necessárias para se alcançar determinadas competências.
O brasileiro lê pouco, fala e escreve mal, contudo precisa desenvolver competências relacionadas à comunicação e que seja assertiva. Mas como poderá desenvolver capacidade de ouvir e falar, emprego correto de verbos e concordância, estratégias de persuasão, se não for exposto a situações-problema que requeiram essa capacidade?
As aulas centradas nas regras, nomenclaturas e fórmulas precisam dar lugar à aprendizagem significativa, em que o aprendiz entenda a aplicação de todos esses elementos na vida cotidiana, no trabalho, na pesquisa científica.
Os treinamentos das empresas precisam deixar de ser pontuais para que se desenvolvam programas de aprendizagem contínua com metas e acompanhamento efetivo que gerem melhoria não só na carreira de seus colaboradores, mas em suas vidas fora do horário do expediente.
Falar e escrever fazendo uso da norma padrão da língua, por exemplo, ainda demonstra o repertório cultural do indivíduo e favorece o entendimento de seu discurso.
Partir de competências para qualquer situação de aprendizagem exige ressignificação de currículos, programas, conteúdos, estratégias de ensino e aprendizagem, acompanhamento de progresso e métodos de avaliação.
Vamos continuar falando sobre competências nas próximas semanas. Acompanhe!
Texto citado neste artigo
ZABALA, Antoni; ARNAU, Laia. Métodos para ensinar competências. Porto Alegre: Penso, 2020.







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