Como vc começou na educação, Ju?
- Juliana dos Santos

- 11 de jul. de 2022
- 2 min de leitura
Eu fui fazer faculdade com 26 anos e começar uma carreira nova, já que trabalhava desde os 15. Fiquei entre Letras e História. Optei pela primeira, porque sabia que a carga horária me permitiria ficar mais tempo em uma escola.
Conciliar tudo não era fácil. Trabalho, filho, estudos, a novidade de estar na sala de aula depois de um ensino médio com tantas mudanças foi bem puxada, mas o desejo pelo desafio sempre me motivou.
E para aproveitar tudo no novo mundo, engatei uma iniciação científica. Aliás, uma seguida da outra com objetos de estudo totalmente diferentes. A sede de saber é evoluir me empurrou para o mestrado. Eram as aulas à tarde, a escola de educação básica de manhã e os alunos os do superior à noite da rede privada.
No meio da correria, das publicações, dos prazos, fiz processo seletivo para substituta da federal e para efetiva no município. Fui passando nos processos, ajustando os horários, mantendo a disciplina, traçando minhas metas e perseguindo esses objetivos.
Comecei um ano assumindo uma cadeira em fevereiro no município, defendendo a dissertação em abril e realizando mais um grande sonho em agosto: dar aula na melhor escola do estado e ponto final.
Embora já tivesse 6 anos de sala de aula, eram duas realidades muito distintas. De um lado o público A+, A e B. De outro, era a realidade D e E. Mas todos estavam ali para terem suas vidas transformadas. No município, eu não admitia que os alunos apenas abrissem seus livros, fizessem leituras e exercícios sem sentido e, indo e voltando da ponte, ensaiamos teatro, levamos famílias pra escola, lemos, interpretamos, discutimos temas e tivemos uma experiência completamente diferente. Na instituição privada, lemos, interpretamos, discutimos e tivemos uma experiência completamente diferente.
Minha constante vontade de aprender e a sensação que estava começando com pessoas e realidades diferentes a cada ano me levaram a uma constante busca pelos estudos, diálogo, observação, reflexão, escuta, inovação e ação.
Sem saber de autores ou dar nomes aos meus propósitos, eu estava me profissionalizando na educação. Depois, os autores e minhas lideranças fizeram com que eu entendesse o valor de todo empenho para construção da minha carreira e para a maior meta que era a aprendizagem dos alunos.
Muitas outras experiências foram vividas depois disso. E o importante é que fui apoiada por colegas e apoiei outros tantos. Aprendi e ensinei. Ouvi, falei, cantei, ri e hoje sigo apoiando colegas professores e gestores educacionais diariamente. Fui parar semanalmente na rádio, acreditam? E até reconhecida na rua por ouvintes eu já fui.
Nada disso seria possível, se eu não me preocupasse com minha formação contínua e não me dedicasse a ser uma profissional cada vez melhor para contribuir com mudanças na educação.







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