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Estratégias ativas nas práticas acadêmica e corporativa

Mas... o que são metodologias ativas?


Em um mundo cercado de tecnologia e com a aprendizagem se modificando, é imprescindível dar significado aos conteúdos que são compartilhados em quaisquer grupos de aprendizes para que haja motivação para o aprender em qualquer ambiente de aprendizagem.


Os estudantes, hoje, precisam se sentir parte do que é discutido nas salas de aulas presenciais e virtuais, assim como se sente parte das redes às quais pertencem.


Seja na educação formal, seja na educação corporativa, seja em cursos livres, o uso de certas metodologias fomenta o protagonismo e favorece o crescimento dos alunos.


Bacich e Moran (2018) conceituam metodologias ativas como


estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida. As metodologias ativas, num mundo conectado e digital, expressam-se por meio de modelos de ensino híbridos, com muitas possíveis combinações. A junção de metodologias ativas com modelos flexíveis e híbridos traz contribuições importantes para o desenho de soluções atuais para os aprendizes de hoje.


Considerando a efetivação de metodologias de forma híbrida, os ambientes virtuais de aprendizagem, as salas Google, as redes sociais - como Whatsapp e Instagram - e outras plataformas são novas salas de aula ou extensão delas. Nesses ambientes, propostas interativas que promovam engajamento são fundamentais para o sucesso dos aprendentes.


E meu planejamento? Muda?


Já é sabido que os alunos aprendem verdadeiramente quando participam de modo ativo de momentos mediados por seus professores. Todo trabalho com metodologias ativas está relacionado ao protagonismo do aprendiz e ao desenvolvimento de suas habilidades e competências.


Para isso, o planejamento do professor deve ser composto por objetivos de aprendizagem e ter como plano de fundo o conteúdo conceitual, contudo deve estar baseado, também, em conteúdos atitudinais e procedimentais, uma vez que a avaliação da aprendizagem leva em consideração a aprendizagem por objetivos, envolvimento, cumprimento de etapas e atividades, capacidade de apreensão e aplicação de conteúdos conceituais e, principalmente, as habilidades que levam à formação de competências requeridas para o século XXI.


Dessa forma, a seleção de estratégias deve levar em conta metodologias selecionadas por mediadores, na formulação de seu planejamento, que evidenciem os objetivos, os métodos, as habilidades que são bases para sua execução, as competências que podem ser atingidas ao longo de sua aprendizagem, bem como critérios de avaliação para cada método.


Entendemos que o planejamento é de grande complexidade para qualquer mediador, inclusive para os mais experientes e requer reflexões amplas tanto na sua constituição como em sua execução. O planejamento é dinâmico, uma vez que sabemos que em seu exercício muitas variáveis podem interferir no que estava previsto.


Assim, ressaltamos o que foi afirmado por Perrenoud (2002, p. 30) quando assegura que “refletir durante a ação consiste em se perguntar o que está acontecendo ou o que vai acontecer, o que podemos fazer, o que devemos fazer, qual é a melhor tática, que desvios e precauções temos que tomar, que riscos corremos, etc.”


Ou seja, mesmo conhecendo o perfil do grupo, alinhando objetivos e prevendo metodologias, o mediador deve estar sempre disposto a ajustar, durante a ação, seu plano anteriormente planejado, tendo sempre como foco a aprendizagem ativa e efetiva.


Sim! Mas… me dê exemplos.


Claro!


Em todas as instâncias, reclamamos que os pares ou os aprendizes não leem os textos necessários para determinado projeto ou aula. Como usar uma metodologia ativa que instigue essa participação?


A partir de livro de Bacich e Moran (2018), foram feitas adaptações para o uso de estratégias de leitura com participação ativa do grupo. Vamos lá:

  • Disponha o texto (artigo científico, normas técnicas, diretrizes) em uma plataforma a que todos tenham acesso;

  • Solicite ao participante que coloque em um quadro as principais ideias/conceitos do texto;

  • Solicite, também, que insira o ponto de vista em outro quadro, explicando-o;

  • Deixe visível para que todos possam acompanhar o processo do grupo antes da aula/reunião presencial.

Na aula presencial, discuta a produção que foi feita pelo grupo de forma bem imparcial para que todos entendam que sua função é de mediador no processo. Após a construção coletiva, forme um novo quadro com a síntese construída pelo grupo e socialize novamente na plataforma.


Competências

Pensamento crítico;

Trabalho em equipe;

Resolução de problemas;

Tomada de decisão.


Em trabalhos como esse, além das competências elencadas acima, desenvolve-se a maturidade do grupo que precisa expressar-se, ouvir o colega com respeito e desenvolver sínteses que favoreçam o crescimento do grupo/empresa.


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Uma outra metodologia de trabalho colaborativo e ativo é a matriz de problemas. Com essa estratégia, é possível mapear os problemas e propor resoluções em grupo que sejam categorizados por critérios:

a) problemas importantes e urgentes;

b) problemas urgentes, mas não importantes;

c) problemas importantes, mas não urgentes;

d) problemas com pouca importância e sem urgência.


Organização do procedimento:

  • Dividir participantes em grupo e/ou setores para indicação dos problemas

  • Usar um mural físico ou virtual para identificação dos problemas;

  • Determinar a data limite para inserção dos problemas;

  • Indagar, ao longo do processo e se necessário, a categorização do problema no quadrante do critério. Pode ser colocada só um sinal de interrogação, por exemplo, para despertar no grupo uma maior reflexão enquanto produzem;

  • Trocar o quadro e solicitar as causas de alguns problemas que o professor considerar mais recorrentes ou importantes para a turma/instituição;

  • Determinar uma data limite para retirada do mural;

  • Discutir com o grupo os problemas, as causas e as soluções, presencial ou virtualmente.

Competências

  • Análise;

  • Síntese;

  • Pensamento crítico;

  • Resolução de problemas.

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A seleção dessas duas estratégias foi feita considerando dificuldades corriqueiras que são enfrentadas em diversos segmentos e que, se aplicadas, são práticas com resultados visíveis bem rapidamente e com participação ativa do grupo.

Em síntese


Trabalhar com metodologias ativas requer um planejamento baseado em objetivos de aprendizagem e em quais habilidades e competências são pretendidas para o desenvolvimento do aprendiz. Além disso, o mediador deve estar sempre disposto a rever seu plano, entendendo que a dinamicidade do fazer lhe impõe flexibilidade.


Assim, há etapas para trabalhar nessa perspectiva:

  1. Conhecer o perfil do grupo com o qual o trabalho será realizado;

  2. Ter consciência de quais competências e habilidades serão trabalhadas;

  3. Entender que a aprendizagem é realizada em espiral envolvendo três domínios (cognitivo, afetivo e psicomotor) e seus níveis;

  4. Saber que os conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais estão entrelaçados;

  5. Construir objetivos de aprendizagem e selecionar metodologias que atendam às competências e habilidades traçadas para o grupo;

  6. Entender que o trabalho com metodologias ativas evidencia a curadoria de conteúdos para mediação da aprendizagem;

  7. Entender que a avaliação requer instrumentos diversos e com olhares que extrapolam o conteúdo conceitual.

Referências utilizadas neste documento


BACICH, Lilian; MORAN, José. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.

CAMARGO, Fausto. DAROS, Thuinie. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018.

PERRENOUD, Philippe. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002.


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